sábado, 4 de setembro de 2010

Um sentdo

"Tudoaquiloqueprocuroeumsentidonestesitiofrioeinospitoporvezestraiçoeiroaquechamamosmundo."

So preciso de um sentido, uma direcçao a seguir, porque o que quer que faça, simplesmente nao me da o gozo que deveria dar, nao como da aos outros. Tudo e amargo e persigo todas as sensaçoes em busca de algo que me faça sentir e talvez encontrar um sentido. Por vezes caio em tampas de esgoto, quando apenas num infimo segundo, fico na Lua. E o suficiente para ser atingido por projecteis, uns afiados outros pesados e bem duros de roer. Outras vezes como rebuçados, fico com o açucar na boca e... deveria deliciar-me? Vejo toda a gente a lamber os labios de satisfaçao, a desembrulhar o proximo, ja com enormes quantidades de saliva a ser contida apenas pela boca fechada. E eu fico a olhar para eles. Sim, de facto um rebuçado e bom, e doce... Mas nao sentem falta de mais nada? Nao sentem falta de alguma amargura? de um sentimento frio e duro que nos choque, que nos deixe num estado de diferença e que nos mude? Nao e apenas uma questao de ser diferente, ou de querer ser diferente, mas tenho de ser fiel a mim mesmo, pelo menos, e tentar buscar aquilo que ainda nao descobri. Fico entao na Lua, a pensar se as tampas de esgoto sao tao mas como dizem, e se os rebuçados sao assim tao bons? Nao sei...

Tambem ja procurei montanhas-russas, estupefacientes, gritos, murros e nada parece satisfazer esta necessidade de encontrar o derradeiro sentimento e de fazer com que deixe de me sentir tao estranho. Tenho a certeza que nada disto vai parar. Quando encontrar o que procuro, vou sentir de novo o mesmo e tudo isto vai ser e mais dificil de saciar, mas hey, o que posso eu fazer? Nada. Ninguem senao eu sabe aquilo que sinto porque nao e passivel de ser traduzido por palavras devido a complexidade deste idioma corporal que nem eu sabia que podia sentir. Tentei dizer, tentei explicar, mas sempre sem exito. O unico conforto que tenho esta nos acordes, nos falsetes, nos timbres, nas vibraçoes e nas harmonias que oiço e que apesar de nao me indicarem um sentido, o meu sentido, ajudam-me a nunca desistir enquanto o procuro, todos os dias. Entretanto, o meu caminho continua e nao faço a minima ideia do que vou fazer a seguir, mas desistir nao e uma opçao, e continuar de cabeça baixa tambem nao. Independentemente daquilo que se seguir, daquilo que eu fizer ou disser ou decidir, sera em prol do meu futuro, de encontrar o sitio onde pertenço, o sitio onde nao me sinto estranho, onde nao ha tampas de esgoto nem rebuçados para escolher, mas existe um futuro para mim, um proposito, um sentido.